Olívia, já recuperada, três dias após o atropelamento |
Enquanto aguardo o sinal abrir vejo, do outro lado da rua, aproximar-se da calçada um rapaz e, junto dele, uma cachorrinha cor de mel. Eu, incondicionalmente derretida por bichos, olhei a cachorrinha, ai que gracinha, sentadinha ao lado do rapaz que esperava o sinal abrir; pensei que ela estava com o rapaz. Notei ser um filhote, e que estava sem coleira; "mas por que será...", meus grugumilhos começaram a processar... e num momento em que os carros pararam de passar, VAPT, VUPT!, o tal rapaz, apressadinho, resolve atravessar a rua ainda com o sinal verde (como todo "bom" carioca, aliás...) e a cadelinha instintivamente seguiu atrás dele.
É nessas horas que, sem programar, a respiração da gente pára, suspensa no ar. Ao ver que um táxi vinha em sua direção, berrei impulsivamente, tudo o que podia, fazendo sinal para que ele parasse. Meu berro deve ter assustado o taxista, pois ele freou, mas mesmo assim bateu na cadelinha que, "voando" num ângulo de mais ou menos 45 graus, deu uma cambalhota no ar e caiu no asfalto. Milagrosamente, ela se levantou e saiu correndo mancando, apavorada e ganindo.
Sem comentários... |
Entrei em pânico e fui atrás, do jeito que podia. Eu e uma ótima moça, a Mila, fomos os únicos seres humanos que se interessaram em socorrer aquela que, hoje, chamamos de Olívia. Mila estava do mesmo lado que eu da calçada, esperando o sinal abrir para atravessar a rua. Juntou um certo burburinho de gente por causa do escândalo que fiz, pedindo ajuda para pegar a Olívia que estava machucada, só não sabíamos como, nem o quanto, mas ambas embrenhamo-nos atrás dela.
Eu via a Mila lá na frente subindo a ladeira, e ela lá de mais acima me via abaixo naquele sacrifício de conseguir subir. Ela me deu força para subir, e vice-versa; foi como um "elo". Na primeira curvinha da San Roman vejo a Mila apontando para baixo de um carro, onde a Olívia havia se escondido. Cheguei e conseguimos tirá-la de lá, tremendo de medo e dor. Não sabíamos por onde pegá-la, com medo de feri-la. Aliás, nem sabíamos se aquele espécime canino era macho ou fêmea.
Olívia tirando um calorzinho do meu casaco |
Estavam lá, ao lado desse carro onde a cadelinha se escondeu, duas Kombis da Cia. Telefônica estacionadas, e os dois rapazes que lá estavam testemunharam esta cena. Eles nos fizeram o favor -- eu diria até a caridade, de nos levar até um local onde pudéssemos chamar um táxi (coisa que, ainda subindo a ladeira, outra Kombi de uma "certa" casa espírita da região se recusou a ajudar apesar de meus apelos em nome da cachorrinha). Assim fomos, eu e a Mila, com a Olívia no colo, para a clínica veterinária.
Foram feitos vários exames: clínico, sangue, ultrassonografia, raio-X. O veterinário, já meu conhecido há tempos, recomendou que ela passasse a noite em observação na clínica, pois ela corria o risco de ter hemorragia interna por causa do impacto, de algum vasinho se romper e não dar para ver pela ultra. Compramos os remédios pedidos e quatro horas depois do acidente, fomos para casa aguardar até o dia seguinte.
Quando fui buscá-la na Veterinária ela ainda estava bem magrinha |
No meio desse caso há muitos detalhes que não vale a pena estender. Este "drama", dramatizado pelas minhas palavras, é real e consumiu os últimos oito dias de minha vida. Só hoje, uma semana depois, estou conseguindo sentar ao computador para escrever e divulgar o caso da Olívia. Gostaria muito de ficar com ela, porém já possuo sete animais adotados, seis dos quais vieram de rua. Tudo valeu a pena, tudo eu faria de novo, e o sofrimento é grande para quem ama os animais, mas ninguém é insubstituível e há muitas boas pessoas que podem dar amor a essa anjinha, criaturinha fácil de se apaixonar.
OLÍVIA PRECISA DE UM LAR
e espera para SER ADOTADA.
O veterinário estimou sua idade em cerca de 7 (sete) meses. ELA É LINDA, dócil, companheira, alegre, muito carinhosa, está com saúde perfeita, é de porte médio (peso = 7 kg), e foi vermifugada, medicada e muito bem tratada pelas "madrinhas" salvadoras.
Olívia com a roupinha que ganhou num dia frio |
Um potinho de ração, outro de água, cafunés mis, um cantinho para dormir e muito carinho é tudo o que Olívia precisa.
Este é um caso real. Por favor, se mexam e compartilhem !!!
Obrigada,
Simone Motta Falcão
Para entrar em CONTATO comigo:
- Celular: (21) 8870-3156
- Email: moni.falcao@gmail.com e monifalcao@terra.com.br
PS: Somos, ainda, muitíssimo gratas ao auxílio 100% espontâneo e generoso das Sras. Sandra e Ana Lúcia quanto ao pagamento do tratamento na clínica veterinária BT. Nada pedimos, porém elas viram (no primeiro e segundo dia, respectivamente), o sofrimento da cadelinha e quiseram ajudar. Que Deus e nosso amado Francisco de Assis as abençoem e aos seus animaizinhos. E agradecemos também ao Dr. Jaime que, prontamente, tratou Olívia, embora a clínica estivesse cheia.